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Desafios e alegrias de ser oftalmologista
Por Liane Touma
Este ano, completo 20 anos como oftalmologista, sendo 10 deles como médica “típica” de consultório, e os outros 10, na indústria farmacêutica. Estou num momento de balanço interno bastante interessante, que coincide com nossa vivência de um momento ímpar na história da Medicina, a atual pandemia. Isto me fez refletir ainda mais sobre o que nos move a fazer escolhas. E, como médica, as escolhas começaram cedo.
“Por que você quis ser médica?”
Muitos já me perguntaram... E não muito diferente de tantos outros colegas, decidi enveredar pelo caminho da Medicina para ajudar as pessoas. Ajudar na compreensão de seus sintomas, seus sinais e seus sentimentos. Sim, sentimentos, pois médicos não entendem só o corpo, mas também buscam compreender as aflições que acompanham cada pessoa que lhes procura. Ajudar no tratamento das enfermidades e no conforto de seus sofrimentos. Tratamos nossos pacientes à luz da ciência e das melhores práticas, sempre preservando a vida, e, quando isto for restrito devido à própria limitação científica, têm a obrigação de amenizar o sofrimento.
“E por que você quis estudar Oftalmologia?”
Outros tantos me questionam... Ah! A Oftalmologia é uma paixão... Através dos olhos, eu posso “ver a alma”... Por mais que eu fizesse tudo acima escrito, notei que eram os olhos que liam e aprendiam a vida. Que os olhos transpareciam a vida, brilhavam com ela.
Um órgão tão pequeno e repleto de desafios. Nos 10 anos de atendimento, perdi a conta de quantas vezes fiz diagnósticos, através dos olhos, de condições sistêmicas ainda não evidentes às outras especialidades. Desde condições amplamente conhecidas, como hipertensão arterial sistêmica e diabetes, até gestações não previstas ou esperadas, mas graciosamente comemoradas. Recordo-me claramente de todas as vezes que tive que comunicar diagnósticos difíceis e que chorei junto com meus pacientes, e também de todas as vezes em que pude, com meu aprendizado, restaurar a visão e resgatar o brilho no olhar de tantos outros pacientes, e que também me fizeram chorar de alegria.
Mas eu queria mais... Queria poder contribuir com meus colegas e seus pacientes, multiplicar o pouco que conhecia e me encantava, e o muito que ainda a ciência poderia trazer. Foi quando entrei para a indústria farmacêutica, onde pude conhecer muito mais colegas e fazer outras dezenas de amigos, através dos quais centenas de pacientes foram também beneficiados com as inovações científicas com as quais trabalhei nestes últimos 10 anos. Sou Médica e Oftalmologista com muito orgulho, e sinto que minha jornada está só começando. A cada inovação que descobrimos e trazemos para a prática clínica, e que beneficiam os pacientes, sinto-me realizada, pois ver os olhos dos pacientes brilharem com a esperança de um novo tratamento é uma das minhas maiores alegrias.
Posso lhes afirmar que ser Oftalmologista me trouxe e me traz sempre mais alegrias que desafios.
E hoje, no Dia do Oftalmologista, convido-lhes a refletir: “O que faz os olhos de seus pacientes brilharem?”
Feliz Dia do Oftalmologista!
Liane Touma é oftalmologista, diretora médica de oftalmologia da Novartis e membro associada do Conselho Brasileiro de Oftalmologia
BR-09261