Inovação no ecossistema de transplantes do Brasil
Projeto desenvolvido com a consultoria EMERGE encontra soluções baseadas em ciência em parceria com universidades, cientistas e startups
Nem todo mundo sabe, mas o Brasil é o segundo país com maior número de transplantes de órgãos no mundo, de acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Ainda que o fato traga um cenário positivo, existem muitos desafios para superar. Pensando nisso, o time de Medicina da Novartis e a EMERGE, consultoria de inovação especializada em integrar ciência e mercado, desenvolveram uma iniciativa pioneira e inédita no Brasil: um projeto que prospectou e preparou para ir ao mercado tecnologias nas universidades, centros de pesquisa, ambientes de inovação e deep techs.
A iniciativa durou seis meses, divididos em três fases: planejamento, mapeamento e direcionamento. As iniciativas propostas foram segmentadas em quatro grupos, dois relacionados às etapas de pré-transplante, e manutenção da qualidade do órgão no processo logístico e preparação do paciente e órgão para o transplante. No total, foram mais de 1200 tecnologias prospectadas e sete equipes chegaram até a etapa de elaboração de seus business cases.
A inovação também deu espaço para a co-criação, já que a etapa final também envolveu um projeto de mentoria entre as sete iniciativas finalistas e representantes do time de Acesso, Medicina e Marketing da divisão Farma. Eduardo Rainer, diretor de Acesso e Saúde Populacional, foi um dos mentores que ressaltou que iniciativas como essa posicionam a Novartis como um verdadeiro parceiro que traz valor para o sistema de saúde e para os pacientes.
“As principais reflexões que ficaram para mim foram de como podemos trabalhar de forma mais ágil, testar, errar e aprender e como podemos criar parcerias com o mundo de startups e empreendedores brasileiros que muitas vezes estão tentando resolver os mesmos problemas na cadeia de saúde que nós” ressalta Eduardo.
Entre as soluções apresentadas para uma banca composta pelo time da Novartis e membros da ABTO, estavam iniciativas relacionadas a machine learning para transplante de órgãos, teste rápido de baixo custo para rastreio de alterações renais, software para alocação de órgãos, caixa para transplantes, teste para prognóstico da rejeição de enxerto renal pós transplante, entre outros.
"A iniciativa me ensinou a preparar um business case de forma objetiva, convincente e factível. Além disso, abriu a possibilidade de interação do nosso grupo de pesquisa da UFRN com os "players" que mostram interesse na área de transplante renal”, destaca José Bruno de Almeida, professor e médico da UFRN. “Adicionalmente, nos mostrou, também, a possibilidade de contribuir para melhorar a qualidade e a sobrevida dos portadores de doença renal crônica.", complementa.
Agora, as tecnologias que chegaram à fase final de elaboração do business case estão sendo avaliadas para chegarem ao mercado em parceria com a Novartis. “Nossa constante busca por reimaginar a medicina está no centro desse programa e a Novartis, através dessa iniciativa, se propôs a mapear esses desafios e buscar as melhores tecnologias para cada um deles. Vamos agora avaliá-las junto à nossa equipe nacional e global para entender como dar continuidade”, explica Rogério Mauad, gerente de Novos Produtos.