O que você sabe sobre Urticária Crônica Espontânea?
Um dia você está bem, e no dia seguinte, percebe lesões avermelhadas na pele, uma coceira incessante, inchaço (angioedema) e sensação de dor/ardor que acabam atrapalhando até o seu sono2,3. Muitos podem associar essas reações cutâneas com uma alergia, mas esses sinais podem ser indícios de uma urticária4. Quando os sintomas persistem por seis semanas ou mais, ela é considerada crônica4. Além disso, cerca de 67%2 das pessoas com urticária crônica não conseguem conectar o surgimento das lesões (urticas) a nenhum agente externo, o que caracteriza a Urticária Crônica Espontânea (UCE).
Essa doença causa um impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes, porém com o tratamento correto, mais de 90% dos pacientes conseguem viver sem nenhum sinal da doença1. E para expandir acesso à informação sobre a UCE e conscientizar as pessoas sobre as possibilidades de tratamento, a Novartis lança, pelo terceiro ano consecutivo, a campanha Tudo Sobre UCE, um movimento nacional de conscientização sobre a doença.
Em edições passadas, a campanha contou com a participação de Eriberto Leão (2018) e Deborah Secco (2019). Neste ano, a apresentadora Ticiane Pinheiro é quem veste a camisa como embaixadora da causa. “Por falta de conhecimento, algumas pessoas passam anos convivendo com esses sintomas, sem descobrir a doença e às vezes desistem do diagnóstico. Por isso é muito importante divulgar”, conta Ticiane. A campanha focada na conscientização da doença acontecerá em ambiente digital, com conteúdo explicativo em vídeos postado periodicamente nos canais oficiais da campanha: YouTube (canal Tudo sobre UCE) e Instagram (@tudosobreuce) - e também nas redes sociais da própria Ticiane.
A UCE interfere bastante na vida dos pacientes, que deixam de se relacionar com amigos e familiares, tendem a se isolar socialmente, além de sofrer com privação do sono5,6,7. “Geralmente, as pessoas não sabem que estamos falando de uma doença não contagiosa. As lesões na pele fazem com que o paciente se sinta envergonhado e com medo de sofrer discriminação, enquanto as pessoas ao seu redor também podem demonstrar receio em se aproximar de alguém com urticas e/ou angioedemas”, explica o médico alergista Luis Felipe Ensina (CRM 86 758).
A UCE é mais comum em pessoas entre 20 e 40 anos2, atingindo duas vezes mais mulheres do que homens. “Sabemos que jovens adultos são os mais atingidos, porém, precisamos ficar atentos aos sintomas em qualquer idade. Buscar um alergista ou dermatologista para que seja feito o diagnóstico e, posteriormente, a indicação do tratamento correto, é fundamental para o controle da doença”, afirma o especialista.
O médico também alerta que a diferença principal entre a UCE e os outros tipos de urticária crônica é em relação aos desencadeantes dos sintomas. “A UCE não é causada por nenhum fator externo como perfumes, produtos de limpeza, frio, calor, água, estímulos físicos, luz solar, estresse ou sobrecarga emocional2,8. Os pacientes não sabem quando os sintomas irão surgir, justamente por não existir um gatilho. As causas conhecidas estão associadas à autoimunidade, que faz com que o sistema imunológico do paciente ataque sua própria pele9”, enfatiza Ensina.
O diagnóstico da UCE é simples e baseado na história clínica e lesões características. No entanto, algumas vezes são necessários exames para afastar outras doenças que poderiam se manifestar como urticária. As diretrizes médicas recomendam que os pacientes sempre iniciem o tratamento com anti-histamínicos, mas grande parte não atinge o controle esperado da doença com esses medicamentos. Por isso, são recomendadas outras opções terapêuticas e a utilização de terapias mais avançadas, já disponíveis no Brasil, para garantir aos pacientes uma melhor qualidade de vida10. Com esses avanços, 92% dos pacientes conseguem alcançar o controle completo da doença1, ficando totalmente livres das urticas, coceiras e inchaços.
Planos de saúde avaliam a incorporação de medicamento para o tratamento de urticária crônica espontânea e a sociedade pode opinar!
A Agência Nacional da Saúde (ANS) divulgou seu parecer preliminar DESFAVORÁVEL à inclusão de Xolair® (omalizumabe) no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, o que tornaria sua cobertura obrigatória pelos planos de saúde indicado no tratamento para pacientes maiores de 12 anos de idade com Urticária Crônica Espontânea (UCE), refratários ao tratamento convencional (anti-histamínicos H1 em até 4 vezes a dose recomendado em bula).
Se você é paciente, familiar ou cuidador de um paciente com Urticária Crônica Espontânea (UCE) e concorda que é importante ter acesso a Xolair® (omalizumabe) para o tratamento de pacientes maiores de 12 anos de idade com Urticária Crônica Espontânea (UCE), refratários ao tratamento convencional (anti-histamínicos H1 em até 4 vezes a dose recomendado em bula) via plano de saúde, você pode se manifestar.
Sua participação é muito importante na Consulta Pública aberta, pela ANS, para inclusão de Xolair® (omalizumbe) como tratamento de pacientes com Urticária Crônica Espontânea (UCE). O prazo para as contribuições se encerra no dia 21 de novembro de 2020.
Serviço - A Consulta Pública nº 81 para manifestação da sociedade civil a respeito da atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde1 está disponível de 08 de outubro de 2020 a 21 de novembro de 2020. As contribuições podem ser realizadas por meio do site da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), conforme passo a passo disponível abaixo.
Passo a Passo
- Acesse o site da ANS > http://www.ans.gov.br/ e clique na seção ‘Consultas e Participações Públicas’
- Clique em Participar dentro da seção da Consulta Pública de número 81 – Atualização do rol de procedimentos e Eventos em Saúde – Ciclo 2019/2020
- Ao ingressar na seção da consulta pública de número 81, selecione a opção ‘Consulta Pública nº 81 – Contribuições para recomendações relacionadas às propostas de medicamentos’
- Ao ingressar nesta seção, os resumos executivos com as recomendações preliminares sobre as incorporações estão disponíveis para consulta
- No final desta página, no campo envie seu comentário, selecione o medicamento que deseja comentar, selecione sua opinião em relação à recomendação preliminar e no campo Justificativa, inclua seus comentários e clique em “Continuar”
- Na última etapa, responda com seus dados pessoais e clique em “Enviar” para concluir sua contribuição.
Referências
- Kaplan AP. Therapy of chronic urticaria: a simple, modern approach. Ann Allergy Asthma Immunol. 2014 May;112(5):419-25
- Zuberbier T, Aberer W, Asero R et al. The EAACI/GA²LEN/EDF/WAO Guideline for the Definition, Classification, Diagnosis and Management of Urticaria. The 2017 Revision and Update. Allergy. 2018 Jan 15.
- O’Donnell BF, Lawlor F, Simpson J, Morgan M, Greaves MW. The impact of chronic urticaria on the quality of life. Br J Dermatol. 1997 Feb;136(2):197-201.
- Augey F, Gunera-Saad N, Bensaid B et al. Chronic spontaneous urticaria is not an allergic disease. Eur J Dermatol 2011; 21(3):349-353.
- Maurer M, Weller K, Bindslev-Jensen C et al. Unmet clinical needs in chronic spontaneous urticaria. A GA²LEN task force report. Allergy 2011;66:317–330.
- Młynek A, Zalewska-Janowska A, Martus P, Staubach P, Zuberbier T, Maurer M. How to assess disease activity in patients with chronic urticaria? Allergy. 2008 Jun;63(6):777-80.
- Maurer M, Rosén K, Hsieh HJ et al. Omalizumab for the treatment of chronic idiopathic or spontaneous urticaria. N Engl J Med. 2013 Mar 7;368(10):924-35
- Giménez-Arnau AM, Grattan C, Zuberbier Tet al. An individualized diagnostic approach based on guidelines for chronic urticaria (CU). J Eur Acad Dermatol Venereol. 2015 Jun;29 Suppl 3:3-11.
- Kaplan AP. What the first 10,000 patients with chronic urticaria have taught me: a personal journey. J Allergy Clin Immunol. 2009 Mar;123(3):713-7.
- Valle SOR, Md , Phd , Motta AA, Md , Phd , et al. O que há de novo na urticária crônica espontânea?. Braz J Allergy Immunol. 2016;4(1):9-25