Isso porque os cientistas estão atualmente trabalhando para desenvolver inúmeros tratamentos que possam ser mais efetivos do que as quimioterapias tradicionais para combater o câncer e, também podem, por fim, demonstrar ter menos efeitos colaterais. Eles também estão achando que as combinações dessas terapias dirigidas têm o potencial de serem ainda mais efetivas em retardar ou até mesmo interromper o crescimento do câncer.

Esses agentes biológicos funcionam contra proteínas ou enzimas específicas nas células tumorais que levam ao desenvolvimento do câncer. “O câncer é uma doença que, na maioria dos casos, ocorre porque células únicas no corpo perderam a capacidade de serem submetidas a uma divisão celular controlada,” explica Malte Peters, chefe clínico de Medicina Translacional em Oncologia da Novartis Pharma AG na Basileia.

A combinação de terapias pode aumentar as chances [de os pacientes] viverem por mais tempo, viverem mais sem uma recorrência, e terem uma melhor qualidade de vida.

“A maneira mais simples de pensar nisso é que as células podem se acumular, sem parar, em um maior grau do que normalmente seria, ou que elas se dividem a uma velocidade mais rápida,” acrescenta David Lebwohl, vice-presidente sênior e chefe global de Desenvolvimento Clínico em Oncologia da Novartis.

Esses sinais operam em vias, ou redes, semelhantes às estradas, explica Lebwohl. Quando a estrada está livre, o tráfego flui sem problemas. Mas um acidente em uma parte, ou uma saída interditada, pode levar a engarrafamentos enormes. É o que ocorre no câncer, onde um erro em qualquer sinal ao longo da via pode levar a interrupção de todo o sistema de regulação do crescimento.

A Novartis tem diversos agentes de mercado que interferem nesses erros de sinalização. A empresa também tem pelo menos 20 agentes dirigidos em estudos clínicos ativos, com a maioria deles sendo testados em combinação com compostos existentes ou investigacionais para uma variedade de cânceres.

A Novartis tem mais de 100 estudos clínicos ativos nesta área. Esses novos medicamentos e combinações de medicamentos podem mudar como o câncer é tratado. Isto porque os cientistas aprenderam que, às vezes, atacar uma via pode não ser suficiente. Assim como você pode utilizar uma via alternativa se uma parte da estrada estiver bloqueada, as células cancerosas também podem se desviar de um receptor bloqueado e continuar com seu crescimento descontrolado. “Existem geralmente vias redundantes,” disse Lebwohl, razão pela qual um único medicamento pode somente funcionar bem por algum tempo antes de, eventualmente, falhar.

Outra esperança é que ao combinar terapias, os pacientes podem usar doses menores, também limitando os efeitos colaterais. O nível de pesquisa e interesse nos resultados dos estudos clínicos é contagiante, diz Petruzzelli. Ela está particularmente comovida pelos milhares de pacientes que se voluntariam para os estudos clínicos, que fornecem dados críticos sobre não apenas a efetividade e segurança de novos medicamentos, mas sobre as vias que controlam o crescimento em tumores individuais.

“O nosso objetivo é investigar se a combinação de terapias pode aumentar as chances de os pacientes viverem por mais tempo, viverem mais sem uma recorrência, e terem uma qualidade de vida melhor,” diz Peters.

“É um momento bastante animador com potencial de realmente ser capaz de ajudar pessoas,” conclui Petruzzelli.